Adeus
Sobre a cama, respirei fundo, escrevendo cada palavra como se tirasse um espinho do peito. Era a última mensagem, de todas as que eu já mandara nos meus cuidados de preocupação, de doçura e de querer bem, e era um pequeno texto tão amargo que cheirava a café velho, esquecido numa garrafa no canto da cozinha. Fora doloroso, cada resposta,cada mentira desmentida feriu como um tapa, senti a mente encher-se de lágrimas, feito um maremoto de vozes entoando um cântico fúnebre. Lá se vai o corpo de uma amizade tão jovem, as senhorinhas lamentam e fofocam a lascívia do golpe final, eu apenas me recolho no meu canto junto ao túmulo, sou o coveiro resignado na sua tarefa diária de enterrar as decepções e aplaudir ainda o amanhecer de um novo dia. Sou esperança nos finais sórdidos.
E no meu cemitério não existem flores, apenas a gradual aceitação de que os mortos assim devem permanecer, e que no fim, quem tem ser forte é você para não sucumbir a tentação de ir abraçar os cadáveres.
Mesmo que um dia eles tenham dito eu te amo.
Depois desse texto tão poético, penso que foi uma despedida com glamour.
ResponderExcluirSaudações.
Creio que sim. Obg pela visita. Volte sempre! :3
Excluirque texto lindo aaaaaaa me achei nele :(
ResponderExcluirQue bom lari! Essa era a intenção! Obg por visitar e volte sempre!
ExcluirMuitas vezes, precisamos apenas deixar para trás o que nos machuca.
ResponderExcluirBeijos!
Blog: *** Caos ***
Esse é totalmente o ponto do texto. Obrigada pela visita! Beijos!
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