Terra do Nunca

maio 16, 2017
Pegue minha mão, vamos para a terra do nunca. Abra uma das portas encardidas, nesses banheiros sórdidos dos bares, pegue minha mão e voe através da janela. Meus olhos são cristais: límpidos espelhos lilases, te guiando para uma eternidade na cidade insone dos meus braços, oh caminhante confusão, finalmente cessarás de confundir o amor com paixão e a cegueira com a verdade. Tens sorte de me achar, beirando a morte aos desseis anos, de pé em meus saltos altos,cheirando a sua delirante fantasia jovem.
Os demônios vem num frasco de sonhos. E tu me bebes de bom grado. Tu me tocas vívido, me cheiras sem ar. Equilibra-te em mim. A ponta da faca em que piso é sólida somente para pés descalços. E o meu sangra um abundante Nilo celeste.
E é nesse rio que vou te afogar, entre espasmos do teu corpo e entre beijos suplicantes. Nesse canto envenenado te grito um nome estelar e calo tua boca num tocar de língua crua: és um beija flor na minha mão, a falar me em tons gentis as palavras que são guardadas para damas e não para mim. Sou um caco de vidro. Não uma pena. Trate me feito lufada de ar,não feito brisa. Há mais em mim um borralho que uma princesa. Me tenhas como sou:impossível.

8 comentários:

  1. Quanto mais eu leio e releio, mais sinto essa prosa como uma obra para a qual o Universo conspirou.Tua poesia é um caos ordenado por tua voz. E eu não dizer mais que: muito,muito obrigado.
    Saudações!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Nossa, realmente estou feliz com esse elogio. Procuro usar minha escrita para expressar-me e mostrá-la a quem quiser ver aqui é algo importante para mim. Quem agradece sou eu por você ter lido. Volte sempre!!!

      Excluir
  2. Eu fico passada com a sua escrita e a capacidade de escrever coisas que não tenho nem palavras. Lindo!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Agradeço muito Emy, sua leitura é super importante, por favor volte!

      Excluir
  3. Eu amo tanto o jeito que você escreve meio sem fôlego, quero um livro seu e com dedicatória <3

    Com amor,
    Bruna Morgan

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sem fôlego é uma bela maneira de descrever minha poesia. Sim, eu escrevo sem fôlego, Bruna. O livro com certeza acontecerá (é um dos meu projetos para 2018). Agradecerei à todos os meus leitores que me acompanharam desde o início.
      Volte sempre! Abraços e muito obrigada pelo apoio.

      Excluir

Deixe seu comentário para incentivar a autora a continuar escrevendo, sua opinião é sempre bem vinda!

Tecnologia do Blogger.