Colapso

abril 18, 2017
Um colapso no tempo, parando, finalmente estático, num parque agitado, numa roda gigante supersônica de mil quilômetros de altura, sinto uma vertigem ao olhar nos olhos dela, quietos sobre a cama,felizes sobre mim, tristes por mim,raivosos contra mim. O tempo para quando olho nos olhos dela, não figurativamente o tempo de fato, para. O que mais é meu tempo senão o relógio rápido daquelas duas pedras castanhas, minhas jóias da alma? Se elas se fixam em mim, o tempo de fato para. O tempo,de fato, para. 
E por um segundo, sinto-me cair da roda gigante, feito águia atingida por um tiro de espingarda, caçada, displicentemente capturada, caindo para ela numa distância infinita até o chão, para o destino de ser a única coisa em movimento no colapso temporal, o destino de ser uma fenda no universo. 
Se algum dia ela desviar o olhar e eu parar de cair, a roda gigante volta a girar, por enquanto, estou caindo por ela,para sempre e sempre e sempre e sempre...

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