Índigo
O globo ocular fita a cristalina reflexão da aparente substância
Traçada por engodos fatídicos, uma face flutuando em lapsos ilusórios
Infiltrada feito farpa no diálogo inexprimível da metafísica particular
Uma criatura antagonista da própria inconsciente existência
Mais uma vez imersa no lago profundo e bestial do pensamento
És tua psique alimentando uma vela
Flanando em solidão
Metamorfoseando-se em alma imortal
Sob o palco do lacônico teatro profano
A que se destina teu simulacro de carne
Soturno sorriso, entre lábios embebidos de hemorragia moral
Horrenda cena em que te entregas ao sacrilégio de entranhas abertas
Crânio partido, para deixar voar as borboletas índigo
Um enxame lunático, sôfrego e hediondo
Pousando sobre tua abstração de divindade
Tua penúria irascível, cólera, malgrado
Diante te teu reverbero idôneo
É a ratificação magistral
De tua incomensurável necessidade existencial
De indulgência
"Uma criatura antagonista da própria insciente existência" <3
ResponderExcluirA descrição que tenho a oferecer de nós mesmos. Obrigada pela leitura.
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