Índigo

outubro 26, 2017
O globo ocular fita a cristalina reflexão da aparente substância  Traçada por engodos fatídicos, uma face flutuando em lapsos ilusórios 
Infiltrada feito farpa no diálogo inexprimível da metafísica particular 
Uma criatura antagonista da própria inconsciente existência 
Mais uma vez imersa no lago profundo e bestial do pensamento 

És tua psique alimentando uma vela 
Flanando em solidão 
Metamorfoseando-se em alma imortal 
Sob o palco do lacônico teatro profano 
A que se destina teu simulacro de carne 

Soturno sorriso, entre lábios embebidos de hemorragia moral 
Horrenda cena em que te entregas ao sacrilégio de entranhas abertas 
Crânio partido, para deixar voar as borboletas índigo 
Um enxame lunático, sôfrego e hediondo 
Pousando sobre tua abstração de divindade 

Tua penúria irascível, cólera, malgrado 
Diante te teu reverbero idôneo 
É a ratificação magistral 
De tua incomensurável necessidade existencial 
De indulgência

2 comentários:

  1. "Uma criatura antagonista da própria insciente existência" <3

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    1. A descrição que tenho a oferecer de nós mesmos. Obrigada pela leitura.

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